Polícia antifascista suspenso 10 dias por insultos a André Ventura, Atentado terrorista na capital da Somália, Grã Bretanha candidata-se a bloco comercial do Pacífico, Manifestantes de extrema direita em protesto em Viena contra medidas de confinamento

Polícia antifascista suspenso 10 dias por insultos a André Ventura

Manual Morais, ex-sindicalista e agente do Corpo de Intervenção que alertou para a existência de racismo nas forças de segurança, defendeu a “decapitação” dos racistas e chamou “aberração”ao líder do Chega. O comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP, superintendente-chefe Paulo Lucas, castigou com 10 dias de suspensão o agente do Corpo de Intervenção (CI), Manuel Morais, devido ao post publicado em junho de 2020, em que escreveu “Decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem”. Manuel Morais, já conhecido pelo seu ativismo cívico em defesa dos Direitos Humanos – foi o primeiro polícia a alertar publicamente para a existência de racismo nas forças de segurança e é fundador da movimento 100 Racismo e da Associação 100 Violência.

Fonte: Diário de Notícias

Atentado terrorista na capital da Somália

Um suposto carro-bomba suicida explodiu no domingo na capital da Somália e foi seguido por um tiroteio entre militantes e forças de segurança em um hotel, causando um número desconhecido de vítimas, disseram testemunhas e as autoridades. O grupo militante islâmico Al Shabaab, que está ligado à Al Qaeda e frequentemente realiza bombardeios em sua guerra contra o governo da Somália, assumiu a responsabilidade por meio de sua estação de rádio. “Um carro a alta velocidade explodiu perto do hotel e do posto de controle. A explosão sacudiu-nos e seguiu-se o tiroteio”, disse o lojista Ali Abdulahi à Reuters sobre o incidente na movimentada área do Quilómetro 4 de Mogadíscio.

Fonte: Reuters

Grã Bretanha candidata-se ao bloco comercial do Pacífico

A Grã-Bretanha vai se candidatar formalmente na próxima semana para se juntar ao bloco comercial transpacífico constituído por 11 países, com negociações programadas para começar ainda este ano, disse o governo. Desde que deixou a União Europeia, a Grã-Bretanha deixou claro o seu desejo de aderir ao Acordo Compreensivo e Progressivo de Parceria Transpacífica (CPTPP), que remove a maioria das tarifas entre Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname. “Um ano após nossa partida para a UE, estamos a formar novas parcerias que trarão enormes benefícios econômicos para o povo da Grã-Bretanha”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson num comunicado.

Fonte: Reuters

Manifestantes de extrema direita em protesto em Viena contra medidas de confinamento

Milhares de manifestantes enfrentaram a polícia com equipamento de choque em Viena no domingo, no local de uma manifestação proibida de extrema direita contra as restrições ao coronavírus.

A polícia de Viena proibiu vários protestos planeados para este fim de semana, incluindo um do Partido da Liberdade, de extrema direita, no domingo, sob o pretexto dos manifestantes geralmente não cumprirem as regras de distanciamento social e muitas vezes não usarem máscara.

Desde 26 de dezembro, a Áustria está no seu terceiro confinamento nacional, com lojas não essenciais e muitas outras empresas fechadas e seus funcionários impossibilitados de trabalhar.

Fonte: Reuters

Hoje nas notícias: Governo corta a internet em Delhi, Democracia em África debaixo de ataque, segundo União Africana, Terrorista neonazi condenado a prisão perpétua na Alemanha, Presidente da África do Sul condena nacionalismo na vacinação contra Covid-19

Governo da Índia corta a internet em Delhi para atacar os protestos dos agricultores

Depois de uma semana de confrontos de manifestantes contra as três leis neoliberais relacionadas com a agricultura com as autoridades, que deixaram um manifestante morto e centenas de feridos, a Índia bloqueou os serviços de internet móvel em várias zonas perto de Dehli.

Há mais de dois meses que os agricultores protestam, acampados nos arredores da capital, ocupando estradas, contra uma reforma do governo para relançar a economia que beneficiaria grandes produtores agrícolas e grandes capitalistas em detrimento de pequenos produtores e camponeses.

Foi reforçada a carga policial no local dos protestos e o Ministério do Interior da Índia, informou que os serviços de internet, no sábado, em três locais nos arredores de Nova Deli, onde os protestos estão a ocorrer teriam sido suspensos até às 11:00 no domingo, para “manter a segurança pública e evitar emergências”.

As autoridades indianas frequentemente bloqueiam serviços de internet locais quando acreditam que haverá distúrbios, embora a medida seja incomum na capital.

A manifestação foi marcada de forma a coincidir com o aniversário de Mahatma Gandhi de maneira a demonstrar que esta era pacífica, disse um representante dos agricultores em greve.

A agricultura na Índia emprega entre 100 milhões e metade da população indiana de 1,3 mil milhões de cidadãos, mas devido a problemas de contabilização, é impossível determinar o número exato de agricultores indianos.

Depois de 11 rondas de negociações entre os sindicatos e o governo não foi chegado a nenhum acordo, pois o governo pretendia adiar as leis por 18 meses e os agricultores exigiam uma revogação total.

“Se o governo pensa que ao suspender os serviços de internet eles podem parar a manifestação, eles estão grosseiramente enganados. Quanto mais eles querem calar a voz dos agricultores, maior será o protesto”, disse o porta-voz do Sindicato Bharatiya Kisan (agricultor) Rakesh Tikait disse.

Na sexta-feira, os partidos da oposição na Índia boicotaram o discurso do presidente Ram Nath Kovind ao parlamento.

Fontes: Reuters, Xinhua, Hindustan Times

“Democracia em África enfrenta enormes problemas na União Africana” diz Moussa Faki

O presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, admitiu que a “democracia e constitucionalismo em África enfrentam problemas enormes que ninguém pode negar”. O chadiense concorre a um segundo mandato e manifestou a intenção de promover uma reflexão sobre um “melhor modelo democrático”, uma vez que o continente enfrenta muitas vezes golpes de Estado, eleições fraudulentas e desrespeito pelo limite constitucional de mandatos.

Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, Moussa Faki Mahamat, recandidata-se sem oposição, mas precisa de recolher a aprovação de dois terços dos chefes de Estado e de Governo dos 54 países da União Africana, que se reunirão em cimeira virtual a 06 e 07 de fevereiro.

“Temos uma Carta Africana da Democracia, da Governação e das Eleições, temos constituições que integram um conjunto de princípios, mas que não são respeitados na prática”, disse. “Estamos perante um problema. Temos uma Constituição, proclamamos princípios, não os aplicamos e, por vezes, agimos em completa oposição a esses princípios. Por isso, é preciso perguntar se escolhemos o melhor modelo de governação, se este corresponde à nossa realidade e se responde aos anseios das populações”, defendeu.

“Cada Estado é livre de escolher o seu modelo político, mas o mais importante é que respeite a Constituição que aprovou”, disse, quando questionado sobre os casos recentes da Guiné-Conacri e da Costa do Marfim, cujos chefes de Estado concorreram e ganharam terceiros mandatos considerados inconstitucionais.

As populações anseiam por respostas aos seus problemas e não é possível resolver os problemas de paz e segurança no continente sem resolver os de governação.

O presidente da Comissão da UA acredita que as reformas institucionais “vieram dotar a União Africana de nova eficácia”, adiantando que herdou “uma máquina pesada” e que a comissão tem “autonomia limitada” em muitos assuntos.

Moussa Faki Mahamat defendeu igualmente a necessidade de “uma passagem de testemunho” para as gerações mais jovens, que estão em maioria em África, mas afastadas das lideranças políticas e de governação.

“A democracia é a regra da maioria e há uma forte vontade de renovação geracional no continente. Compreendo perfeitamente a frustração da juventude que pensa legitimamente que, uma vez que está em maioria, deve estar no comando”, disse.

Sobre a situação de segurança e paz em África, Moussa Faki Mahamat, sublinhou o facto de atualmente não haver “guerras entre países africanos”.

A nova comissão será a primeira a ser eleita após o processo de reforma da UA iniciado em 2016 sob supervisão do Presidente ruandês, Paul Kagamé, terá menos comissários e será eleita através de um novo sistema baseado no mérito.

A estrutura de liderança da União Africana será composta por oito membros, incluindo um presidente, um vice-presidente e seis comissários, menos dois lugares do que na anterior comissão.

Num balanço sobre o anterior mandato, iniciado em 2017, Moussa Faki Mahamat, destacou o lançamento oficial, a 01 de janeiro, do acordo que visa criar a zona de livre comércio africana.

“O continente foi ocupado, colonizado, completamente formatado e é preciso mudar a narrativa para que o continente africano se aproprie da sua soberania”, disse.

“Mas, há uma realidade que é preciso combater diariamente. Estou convencido que com a agenda 2063 de desenvolvimento e as reformas em curso, avançaremos”, reforçou.

Fontes: Lusa

Condenado suspeito de assassinato político de extrema direita na Alemanha 

Stephan Ernst foi condenado Stephan Ernst a prisão perpétua pelo assassinato de Walter Lübcke, morto com um tiro na cabeça por defender o acolhimento de refugiados.

Mais de um milhão de refugiados foram recebidos na Alemanha entre 2015 e 2016 e Lübcke, um político conservador defendeu as políticas de integração de refugiados da chanceler Angela Merkel em 2015. Foi morto a tiro na varanda de sua casa em junho de 2019. Stephan Ernst confessou o assassinato juntamente com o seu cúmplice Markus Hartmann.

Para muitos especialistas, o assassinato de Lübcke só pode ser entendido como o mais recente de uma série de ataques terroristas de extrema direita na Alemanha, desde o atentado da Oktoberfest na década de 1980.

Nos últimos 20 anos, a polícia alemã identificou um rede clandestina de neonazis que estão preparados para assassinar políticos, roubar armas, fazer listas de endereços de inimigos e plantar bombas de pregos em comunidades de minorias étnicas.

A evidência mais chocante disso veio à tona em 2011, quando emergiu que três terroristas que se autodenominam National Socialist Underground (NSU) cometeram 10 assassinatos e vários atentados na década anterior sem nunca terem sido oficialmente identificados, nem capturados.

Mais de um milhão de refugiados foram recebidos na Alemanha entre 2015 e 2016.

Nessa altura, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) fez uma entrada sensacional no parlamento, nas eleições gerais de 2017.

Stephan Ernst era conhecido das autoridades desde o final dos anos 1980 como um simpatizante neonazi potencialmente violento. Em 1993, foi suspeito de ter planeado um ataque à bomba contra um albergue para requerentes de asilo e, em 2009, participou num motim em Dortmund. Apesar desse passado agitado, os serviços de informação do Estado tinham deixado de o vigiar nos últimos anos.

Fonte: Deutsche Welle, RTP

África do Sul denuncia nacionalismo de países ricos na compra e acumulação de doses de vacina

Da capital Pretória, o presidente Cyril Ramaphosa criticou a falta de solidariedade face à pandemia no Fórum Económico Mundial em Davos. “Alguns países adquiriram até quatro vezes o que sua população precisa”, disse.c

Os países mais ricos adiantaram-se na corrida à vacinação. Isso não os impede de serem eles próprios vítimas da sede de lucros dos grandes laboratórios industriais. Os fabricantes de vacinas anti-Covid “têm agora de cumprir as suas promessas e honrar as suas obrigações”, alertou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A sua preocupação não é tanto permitir que todo o planeta beneficie das vacinas, mas sim evitar um contágio de protesto na própria Europa. “Vamos montar um mecanismo de transparência nas exportações de vacinas”, que visa identificar rotas fora da UE de doses produzidas na Europa, insistiu Ursula von der Leyen.

O país ainda não iniciou seu programa de vacinação, mas Ramaphosa disse que garantiu 20 milhões de doses, que serão entregues no primeiro semestre deste ano.

“Queremos vacinas tão rapidamente quanto outros países, que já começaram (vacinação)”, disse Ramaphosa ao Fórum Econômico Mundial de 2021.

“Porque nem todos estamos seguros, se alguns países estão vacinando seu povo e outros países não estão vacinando. Todos devemos atuar juntos no combate ao coronavírus, porque afeta-nos a todoss igualmente”.

O país registrou mais de 1,4 milhão de casos e mais de 40.000 mortes.

A África do Sul impôs medidas mais rígidas contra o coronavírus em dezembro, como proibir a venda de álcool e tornar obrigatório o uso de máscaras.

Ramaphosa também destacou a importância do acordo de livre comércio africano.

“Esta zona de livre comércio vai abrir as portas ao comércio, para produtores e fabricantes africanos”, disse.

“Mas a outra vantagem será impulsionar a manufatura, impulsionar a industrialização, porque de repente um mercado se abrirá a fabricantes, empresários e industriais.”

Fonte: l’Humanité, Africa News

Hoje nas notícias:Sucursal nigeriana da Shell vai tribunal por derrame de petróleo, Japão considera semana de trabalho de 4 dias, China executa ex-presidente de um fundo de investimento por corrupção, Famílias Iemenitas entregam petição contra o governo Americano por ataques com drones

Sucursal nigeriana da Shell vai tribunal por derrame de petróleo

Um tribunal holandês deliberou hoje se a sucursal da Nigéria da Shell, uma multinacional do ramo petrolífero, deveria pagar uma compensação aos agricultores afetados por um derrame petrolífero no delta do rio Níger, e se devia instalar novo equipamento para impedir futuros derrames.

A Shell já se declarou “desapontada” com esta decisão, dizendo que o derrame foi causado por uma sabotagem. Esta decisão pode ter um grande impacto, criando um precedente para a responsabilidade das grandes multinacionais no que toca ao impacto das suas atividades nas populações vizinhas.

Esta deliberação dá esperança a muitos nigerianos, há muito afetados por derrames causados por empresas como a Shell, que não recebem compensação justa e muitas vezes perdem a sua fonte de rendimento. Os desastres são causados muitas vezes pela falta de manutenção, resultado da incessante procura de lucro e consequente negligência das infraestruturas destas empresas.

Fonte: BBC

Japão considera semana de trabalho de 4 dias

Os legisladores japoneses estão a debater se as empresas devem oferecer aos seus funcionários a opção de um fim de semana regular de três dias, na esperança de que os trabalhadores mais relaxados corram menos risco de “karoshi”, ou morte por excesso de trabalho.

As mudanças que estavam a tornar-se evidentes na sociedade foram exacerbadas pela pandemia do coronavírus.

Membros do parlamento japonês abriram na quarta-feira as discussões sobre uma proposta apresentada por Kuniko Inoguchi, um membro do Partido Liberal Democrata, para permitir que os trabalhadores optem por uma semana de trabalho de quatro dias em vez dos tradicionais cinco dias, de segunda a sexta-feira.

Um punhado de empresas japonesas já instituiu sistemas de trabalho flexíveis, mas as mudanças introduzidas no cenário corporativo pelo COVID-19 aceleraram o debate sobre o assunto.

Esta medida conta com o apoio da maior parte dos trabalhadores e empresas. “Eu diria que, em vez de ser uma possibilidade nas empresas, deveria ser uma necessidade”, disse à DW Teruo Sakurada, professor de negócios da Universidade Hannan de Osaka.

Fonte: Deustche Welle

China executa ex-presidente de um fundo de investimento por corrupção

O ex-presidente de um fundo de investimento, Lai Xiaomin, acusado de receber mais de 215 milhões de euros em subornos foi executado, esta sexta-feira, na China, segundo a televisão estatal chinesa.

Lai Xiaomin foi condenado à morte no início deste mês, numa sentença rara na China contra um capitalista, com o tribunal a considerá-lo culpado de ter recebido mais de 215 milhões de euros em subornos e ter tentado obter mais 13 milhões, atribuindo-lhe ainda responsabilidade por um desvio de fundos públicos de 3,1 milhões de euros.

Naquele que é já considerado o “maior caso de corrupção financeira” da história recente da China, o tribunal de Tianjin, no norte do país, determinou que os montantes do escândalo foram “extremamente elevados, as circunstâncias particularmente graves e as intenções extremamente maliciosas”.

De acordo com uma curta notícia publicada no jornal “Diário do Povo” foi executado “de acordo com os procedimentos legais e com a aprovação do Supremo Tribunal Popular da China”, envolvendo ainda uma condenação por bigamia, por ter vivido “muito tempo com outras mulheres” fora do casamento, das quais tinha “filhos ilegítimos”.

Em janeiro de 2020, Lai Xiaomin tinha feito uma confissão dos crimes de corrupção, que foi transmitida pela televisão pública chinesa CCTV e onde se podia ver imagens de um apartamento, alegadamente propriedade do investidor e cofres e armários cheios de dinheiro.

Lai, que era funcionário público e chegou a trabalhar para o banco central da China, disse que não gastou um único cêntimo desse dinheiro, no âmbito das operações criminosas do seu fundo de investimento, China Huarong Asset Management. O fundo Huarong foi criado em 1999, após a crise financeira asiática, com o objetivo de sanar as insolvências do sistema bancário chinês.

As imagens televisivas também revelavam carros luxuosos e barras de ouro, que a acusação em tribunal disse serem prova do suborno recebido.

De acordo com a sentença, solicitou explicitamente os subornos em troca de promoções, “colocando em risco a segurança e a estabilidade das finanças nacionais e acarretando um impacto social extremamente negativo”.

A China lançou, em 2012, uma enorme campanha anticorrupção, depois do presidente, Xi Jinping, ter assumido a chefia do Partido Comunista Chinês. Desde então, mais de um milhão e meio de funcionários foram sancionados.

Fonte: Jornal de Notícias

Famílias Iemenitas entregam petição contra o governo Americano por ataques com drones

Duas famílias iemenitas entraram com uma petição contra o governo dos Estados Unidos pela morte ilegal de 34 familiares, incluindo nove crianças, em operações de contraterrorismo entre 2013 e 2018.

O grupo de direitos humanos Reprieve, apresentou a petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em nome das famílias na terça-feira, disse que as famílias sofreram enormes perdas de vidas e bens em seis ataques de drones e numa operação especial.

Dos mortos, 34 eram membros das famílias Al-Ameri e Al-Taisy, que estão solicitando que a comissão inste o governo dos Estados Unidos a tomar medidas imediatas para evitar mais danos ao rever os arquivos – geralmente um processo longo que pode levar anos.

“É averiguado que os sete ataques em questão resultaram na morte ilegal de pelo menos 48 pessoas, incluindo 17 crianças, e ferimentos graves de pelo menos sete outras, bem como na destruição de seus bens pessoais e meios de subsistência”, diz a petição vista pela agência de notícias AFP.

O primeiro ataque, ocorrido em dezembro de 2013 sob a administração de Barack Obama, teve como alvo um grupo de automóveis numa procissão de casamento, matando pelo menos 12 pessoas, incluindo sete membros da família Al-Ameri e cinco pessoas da família Al-Taisy, de acordo com o documento.

Um oficial de segurança local na época disse à AFP que alguns dos mortos eram suspeitos de pertencer à Al-Qaeda. As famílias Al-Ameri e Al-Taisy negam qualquer conexão com o grupo armado.

A petição vem poucos dias após a tomada de posse do presidente dos EUA, Joe Biden, e coloca os holofotes sobre a longa campanha de bombardementos da América contra a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), sobre a qual os EUA raramente comentam.

Fonte: Al-Jazeera

Hoje nas notícias: Parlamento em Cabo Verde discute ligações ao Chega, Economia americana tem o seu pior ano desde 1946, 92 milhões de pessoas em risco de pobreza na UE

Alegações de ligações à extrema-direita em Portugal voltam ao parlamento de Cabo Verde

Joana Rosa, líder do grupo parlamentar MpD (Movimento para a Democracia, no poder desde 2016) acusou o anterior governo do PAICV de estar ligado ao cônsul honorário da Florida e financiador do partido de extrema direita Chega.

“Afinal, o PAICV tenta colar o MpD à extrema-direita e é o PAICV que anda de certa forma a receber assessorias da extrema-direita. Vimos que o PAICV tem recebido assessoria de André Ventura, recebeu em 2014, e temos como fazer prova em relação a esta evidência. O PAICV não tem como fugir desta questão”, acusou a deputada Joana Rosa.

O líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo, classificou as acusações como uma “inverdade”, exigindo provas e referindo que o partido recebeu uma assessoria fiscal do português Sérgio Vasques e “não tem nada a ver com Ventura, tanto quanto nós sabemos”.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, e presidente do MpD, afirmou que todos os procedimentos foram cumpridos na nomeação de um cônsul associado à extrema-direita portuguesa, mas que essa conotação não foi detetada antes porque o país “não tem polícia política”.

A explicação sobre este caso foi prestada por Ulisses Correia e Silva no debate mensal subordinado ao tema “Política externa de Cabo Verde”, durante o qual foi visado pela oposição pela nomeação do cidadão português, também com nacionalidade norte-americana, Caesar DePaço, para cônsul honorário na Florida, tido como financiador do partido português Chega. “É o cônsul honorário que faz todo o investimento da sua ação. Não há transferência do Orçamento do Estado para o cônsul honorário, não é pago, não é remunerado pelo Estado de Cabo Verde”, disse Ulisses Correia e Silva. Insistindo que todos os procedimentos foram cumpridos e que, entretanto, aquele cidadão já foi afastado das funções, o primeiro-ministro reafirmou que não há “polícia política” em Cabo Verde para fiscalizar as orientações políticas: “Por isso é que não se perguntou, porque isso é que não se sabia da relação dessa pessoa com o Chega, em Portugal”.

Depois de serem feitas alterações na página de Wikipedia de Caesar dePaço que adicionavam as recentes revelações de corrupção e roubo o seu advogado referiu que o seu cliente está a ser “vítima de uma cabala, na tentativa de o fazer figurar como uma pessoa criminosa”. 

Ao CM, o advogado assumiu que “vão ser tomadas medidas judiciais” contra a Wikipédia caso esta não elimine, das páginas em português e inglês, tudo o que foi acrescentado após a reportagem da SIC. “Caesar DePaço é um homem de direita, mas não de extrema-direita. Querem fazer dele uma pessoa que não é, por motivos políticos”, defende, acrescentando que o ex-cônsul fez “donativos para vários partidos” e não apenas para o Chega. 

Fontes: RTP, A Semana

Vietname aponta para maior igualdade de género no congresso do Partido Comunista

Numa altura em que passa pelo pior surto de coronavírus no Vietname até agora, depois de 84 novos casos serem detetados nas províncias do norte de Hai Duong e Quang Ninh, o congresso do Partido Comunista decorre com principal enfoque nas mulheres vietnamitas. 

De acordo com a Agência de Notícias do Vietname, as mulheres vietnamitas de todo o país esperam que o Congresso Nacional do Partido Comunista do Vietname tome as decisões certas no que à economia diz respeito. É esperado um desenvolvimento económico muito forte e uma posição firme no contexto internacional. No entanto, também é esperado que o Partido e o Governo do Vietname prestem especial atenção ao trabalho das mulheres de maneira a que seja devidamente valorizado.  Ha Thi Nga, Secretária do Partido da União das Mulheres e Presidente da União das Mulheres do Vietname, disse aos repórteres que os resultados no movimento feminino refletem o espírito e a esperança das mulheres em garantir mais direitos para as mulheres trabalhadoras.

Para o Partido, os direitos no trabalho das mulheres em idade ativa têm de acompanhar o desenvolvimento económico no campo da educação, da construção de família e na contribuição para a economia do país. A missão específica do Sindicato das Mulheres é desempenhar um papel importante junto das trabalhadoras contribuindo para que o movimento de mulheres cresça mais forte para atender às necessidades de desenvolvimento da nação. 

Ha Thi Nga diz que nos últimos cinco anos, as metas do Vietname para a igualdade de género melhoraram significativamente. O Vietname ocupa o sexto lugar no mundo em termos de número de mulheres empresárias e é o único país asiático com 10 empresas lideradas por mulheres. As mulheres vietnamitas vivem em média 76,3 anos (enquanto as mulheres em todo o mundo têm uma expectativa de vida média de 72 anos). As parlamentares do Vietname já são 27,1%, acima da média global de 23,4% e 18,6% na Ásia. 

O Partido considera que “sob a liderança do Partido Comunista do Vietname, as mulheres vietnamitas deram um contributo importante para incutir um espírito patriótico e para o desenvolvimento da nação, desempenhando um papel no cumprimento do papel do estado com confiança, participando inclusivamente em movimentos sociais”. A segurança das mulheres e crianças é um tema prioritário para o Comité Central do Partido Comunista do Vietname a partir de 2019. 

Espera-se que, no futuro, a Associação de Mulheres do Vietname continue a prestar atenção especial à liderança de várias atividades para a segurança de mulheres e crianças, a fim de levar felicidade e bem-estar a cada mulher e criança vietnamita.

Fontes: Reuters, Khaosan Pathet Lao

União Europeia tem 92 milhões de pessoas em risco de pobreza, refere a ONU

Na União Europeia (UE) existem 92 milhões de pessoas em risco de pobreza, sobretudo mulheres, disse hoje o relator especial da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos, Olivier De Schutter. Foi revelado também que os planos que os governos europeus estão a preparar para os os fundos de recuperação possam não ter medidas suficientes para reverter a situação.

Em 2010, a UE tinha adotado o objetivo ambicioso de reduzir a pobreza em 20 milhões de pessoas até 2020. “Fracassou (…) em grande medida porque o crescimento e a criação de emprego durante este período não beneficiaram pessoas com baixos níveis de educação ou com deficiência”, disse Schutter.

Schutter indicou ter podido comprovar que “os planos de recuperação tiveram de ser improvisados devido ao sentido de urgência (…), tendo sobrado pouco tempo para consultas significativas aos agentes sociais e às organizações não-governamentais”, o que permitiria incorporar os seus pontos de vista.

“Assim, não há garantia de que os planos de recuperação que estão a ser preparados e que devem ser apresentados à Comissão Europeia até final de abril sejam instrumentos eficazes para combater a pobreza e reduzir as desigualdades”, disse, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Como principais inimigos do combate à pobreza o especialista identificou a evasão de impostos e o “dumping” fiscal, a redução dos custos laborais e as metas de redução do défice definidas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.

A evasão de impostos e o “dumping” fiscal entre os 27 representa para vários Estados membros a “perda de significativas receitas públicas e torna muito difícil alcançar a justiça social”, enquanto a redução dos custos laborais “leva a uma situação em que o crescimento económico não beneficia muitos trabalhadores de baixos rendimentos”, argumentou Schutter.

O relator indicou existirem cerca de 20 milhões de pessoas com trabalho, mas em risco de pobreza por terem empregos precários.

Fontes: RTP

A economia dos EUA teve seu pior ano desde 1946 em 2020

A economia dos EUA teve seu pior ano desde o final da Segunda Guerra Mundial em 2020. A pandemia causou uma contração do PIB bem maior do que o esperado. Foi de 3,5% em 2019, de acordo com uma estimativa do Departamento de Comércio. A atual campanha de vacinação e o último plano de apoio à economia dão esperança de uma recuperação em 2021.

O crescimento nos Estados Unidos foi severamente penalizado pela retomada do vírus desde o outono, após uma recuperação no verão. Os Estados tiveram que adotar novas medidas restritivas para impedir a atividade.

“A contração do PIB em 2020 refletiu a queda (nos gastos dos consumidores), nas exportações, nos investimentos (privados e públicos), que foi parcialmente compensada pelos gastos do governo federal”, detalha em particular o Departamento de Comércio, especificando que “as importações têm diminuido”. Os gastos dos consumidores das famílias, que representam quase três quartos da economia dos EUA, caíram 3,9% em relação ao ano anterior.

O gigantesco plano de estímulo de 2.200 bilhões de dólares adotado em março de fato permitiu que os americanos enchessem os bolsos no início da crise. Mas o término das medidas de ajuda obrigou-os a usar essa economia para despesas básicas.

As desigualdades, já fortes no país, se agravaram nos últimos meses. O novo presidente Joe Biden e sua secretária do Tesouro, Janet Yellen, prometeram enfrentá-lo e torná-lo uma prioridade.

Após dez anos de crescimento, a maior economia do mundo, portanto, caiu em recessão novamente, e temos que voltar a 1946 para encontrar uma contração do PIB mais forte do que a de 2020. A desmobilização após a Segunda Guerra Mundial interrompeu abruptamente a construção de equipamento militar em solo americano.

Em 2019, o crescimento foi de 2,1%, taxa já desacelerada ante 2,9% em 2018. Essa boa saúde econômica foi um dos argumentos de campanha do ex-presidente Donald Trump para sua reeleição embora a taxa de desemprego estivesse em torno dos 10%.

Os prejuízos causados ​​pela Covid-19 no mercado de trabalho continuam extremamente importantes: 18,3 milhões de pessoas receberam seguro-desemprego no início de janeiro, ou 2,3 ​​milhões a mais que na semana anterior. Milhares de pequenas empresas faliram, enquanto as que permanecem enfrentam problemas de fluxo de caixa.

Joe Biden apresentou um resgate de US $ 1,9 mil milhões que, se aprovado pelo Congresso, poderia gerar 5% a mais de crescimento em três anos. O Fed espera crescimento de 4,2% em 2021 e 3,2% em 2022.

Fontes: 20 minutes

A Liberdade que Veio de Longe

O dia de hoje é marcado pelo evento histórico que foi a entrada do exercito vermelho no campo de concentração nazi, Auschwitz, e a sua consequente libertação no mesmo dia; 27 de janeiro de 1945, exatamente há 76 anos atrás.

Este campo, um de muitos outros que existiram, demonstra o pior lado do ser humano, o lado que parece impossível de ser alcançado por uma população inteira, mas que ao fim de tantos anos de branqueamento do mesmo passando-se por uma ovelha, acaba por se demonstrar um lobo. Nestes campos a tortura, o trabalho forçado, os assassinatos em massa e a desnutrição eram rotina, deixando um legado de terror enorme nas costas do povo Alemão, com mais de 1,5 milhões de mortos maioritariamente judeus, também haviam romas, soldados capturados, qualquer pessoa com desabilidades físicas ou mentais, pessoas de cor e qualquer pessoa que prestasse resistência aos nazis.

Não vai a mais de 100 anos atrás e já nos começamos a esquecer dos horrores que a ascensão da extrema-direita nos trouxe, todos começam por simples partidos com ideias de quererem o melhor para o seu povo, culpando uma minoria indefesa por tudo de mal na sociedade, levando à união pelo ódio e acabando em guerra ou em assassinatos em massa. Também quero relembrar as pessoas que resistiram aos nazis na Alemanha, os comunistas e anarquistas, os que cerca de 10 anos atras da tomada de posse pelos nazis, faziam parte da grande maioria do povo alemão mas graças aos traidores de falsos valores esquerdistas (sociais-democratas), foram mortos ou perseguidos tal como se viu na Noite das Facas Longas. Enquanto os sociais democratas, liberais e até mesmo empresários de varias nacionalidades sobretudo norte-americanos sempre ajudaram a ascensão de Hitler conjunto o seu partido extremista que trouxe todo o terror que o mundo testemunhou.

A história tem tendência a repetir-se e, olhando para o estado atual da Europa, não estamos longe de mais um capítulo negro da nossa história.

Fonte: National WW2 Museum

@Leonardo_Dany05

Hoje nas notícias: Governo italiano cai, UE ameaça parar exportações da vacina, Protesto de milhares de agricultores indianos, Protestos contra o governo na Tunísia

Governo Italiano cai com a demissão do primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte

Conte estava em funções enquanto primeiro-ministro desde 2018, depois da coligação entre o seu partido “Movimento 5 Estrelas” (partido populista), o partido “Itália Viva” (liberais europeístas) e a “Liga-Norte” (partido nacionalista de extrema-direita) caírem. Hoje, na sequência de desentendimentos na coligação que levaram ao afastamento do “Itália Viva”, apresentou ao Presidente italiano a sua carta de demissão.

O Presidente Sergio Mattarela deverá chamar amanhã as várias forças políticas para tentar responder à crise instalada. Pediu, no entanto, a Conte que continuasse em funções até se encontrar uma solução.

Num país onde a pandemia provocou um total de 85 mil mortos, a coligação populista mostra as inseguranças da burguesia nacional relativas à recuperação económica. Nas últimas semanas, o líder do “Itália Viva” redobrou as críticas ao primeiro-ministro, acusando-o de deitar a perder o plano europeu de relançamento económico, ao optar por programas de apoio e moratórias fiscais em detrimento do investimento em infraestruturas.

Fonte: RTP

UE ameaça bloquear exportações da vacina da AstroZeneca

Veio hoje a público a insatisfação da Comissão Europeia para com o monopólio farmacêutico AstroZeneca, que poderá entregar apenas metade do total de 100 milhões de vacinas encomendadas no primeiro quarto do ano.

A crise sanitária continua a levantar novos descontentamentos populares à classe política neoliberal europeia, que tem sido alvo de amplas críticas devido à enorme lentidão no desenvolvimento de programas de vacinação nos estados membros da UE, em comparação com EUA e Reino Unido.

Este último administrou mais de 10 doses por 100 residentes (dados da Airfinity) em comparação a apenas 2 doses por 100 residentes da UE.

Kyriakides, porta-voz de Úrsula von der Leyen, disse que Bruxelas insistiria agora em ser notificada de qualquer exportação de vacinas de território europeu, incluindo as produzidas pela Pfizer, das quais depende o Reino Unido.

Este desumano ato de chauvinismo, que poderá até impedir o envio de material médico durante uma pandemia, mostra como a Comissão Europeia tudo faz para não agir de forma séria enquanto a avareza burguesa rouba vidas.

Fonte: The Guardian

Farmers take part in a tractor rally

Agricultores indianos marcham aos milhares sobre Deli apesar da forte repressão policial

Desde Novembro que os agricultores indianos estão em protesto contra nova reforma agrícola do governo neofascista de Modi que torna o mercado ainda mais livre, ameaçando o sustento de milhões de famílias que não conseguirão competir com as grandes empresas da área.

Hoje, em protesto, desviaram-se do que era inicialmente a sua rota, e atravessaram a capital indiana enquanto esta estava em celebrações do Dia da República, celebrado pela reação nacionalista.

A população recebeu com pétalas o protesto, a polícia recebeu com gás lacrimogénio. Em resposta, os manifestantes desmontaram barricadas e marcharam até ao centro da cidade, chegando a tomar o Forte Vermelho, ícone da cidade, como forma de protesto.

Farmers take part in a tractor rally
Farmers take part in a tractor rally as they continue to protest against the central government's recent agricultural reforms, in front of Red Fort in New Delhi on January 26, 2021.

Fonte: BBC

Protestos massivos na Tunísia contra o ataque aos direitos dos trabalhadores

Na Tunísia centenas protestaram em frente a um Parlamento bem vigiado, enquanto os legisladores se preparam para fazer uma votação que poderá durar a noite sobre um novo governo.

O primeiro-ministro Hichem Mechichi anunciou na semana passada mudanças no governo após uma semana de protestos e agitações da juventude sobre a pobreza e a falta de emprego (nos quais foi roubada a vida a um jovem protestante e à prisão de outras largas centenas).

A repressão e violência políticas levaram o primeiro-ministro a anunciar uma nova equipa no dia de hoje, mas 4 dos seus 11 novos membros de Gabinete estão a ser investigados por ou são suspeitos de práticas de corrupção.

4 Governos e 10 anos depois da Primavera Árabe o povo tunisino continua a batalhar pela democracia popular e controlo proletário da economia.

Fonte: Associated Press

Hoje nas notícias: Mais ricos acumulam riqueza durante a pandemia diz Oxfam, tribunal francês ouve vítima de agente laranja, União Europeia ameaça Venezuela com sanções, nova ronda de negociações na Síria para alterar constituição

COVID has worsened inequality even as the rich thrive: Oxfam | Business and  Economy News | Al Jazeera

Ultra-ricos aumentam a sua riqueza em 479 mil milhões de euros enquanto pobreza aumenta

Num relatório partilhado pela Oxfam esta segunda-feira, os 10 homens mais ricos do mundo aumentaram a sua riqueza em 540 mil milhões de dólares, equivalente a 479 mil milhões de euros desde o início da pandemia, enquanto se estima que cerca de 200 a 500 milhões de pessoas possam ter caído na pobreza durante 2020.

O apoio dos bancos centrais ao comprar acções para impedir que o preço das mesmas caísse pode ter sido um factor essencial em permitir o crescimento das maiores riquezas, que sofreram um rombo inicial em Fevereiro e Março.

Bilionários da América à China e passando pela França tiveram a sua fortuna aumentada, como Jeff Bezos (69,3 mil milhões de euros), Elon Musk (114,3 mil milhões de euros), Zhong Shanshan (67,9 mil milhões de euros) e Bernard Arnault (44 mil milhões de euros), enquanto centenas de milhões, especialmente no Leste e Sudeste Asiático afundaram-se na pobreza, devido ao seu estatuto como trabalhadores no setor informal, pois não têm acesso à ajuda do estado.

Este relatório só vem provar o facto de, no sistema capitalista, os pobres ficam mais pobres enquanto os ricos enriquecem e que, mesmo durante uma pandemia mundial, um grupo restrito de bilionários e oligarcas controlam mais e mais riqueza enquanto milhões perdem o sustento de uma vida.

Fonte: PledgeTimes.com

Agent Orange: Bringing the tragic legacy of the Vietnam War to an end |  Globalization | DW | 23.05.2016

Tribunal francês ouve hoje vítima de agente laranja no Vietname

A ex-combatente da resistência vietnamita Tran To Nga apresentou uma queixa contra 19 empresas, entre elas Dow Chemical e Bayer-Monsanto. O herbicida foi amplamente usado na Guerra do Vietname e apresentava inadequada purificação, apresentando teores elevados de um subproduto cancerígeno, a dioxina tetraclorodibenzodioxina. Milhões de vietnamitas foram vítimas de doenças incuráveis devido à ação do agente laranja depois do presidente norte americano John Kennedy, ansioso por desbloquear a guerra lançar a Operação Ranch Hand (Agricultural Worker) para desalojar os guerrilheiros e matar a população de fome. De 1961 a 1971, foram aplicados pelo menos 84 milhões de litros deste herbicida.

Tran To Nga, nascida em 1942 na então Indochina francesa, trabalhou como jornalista e ativista no Vietname desde os 20 anos. Apoiada por várias ONGs, ela acusa as empresas de serem responsáveis ​​pelos ferimentos sofridos por ela, seus filhos e inúmeras outras pessoas, bem como pelos danos causados ​​ao meio ambiente.

“O reconhecimento das vítimas civis vietnamitas constituiria um precedente legal”, disse a especialista em direito internacional Valerie Cabanes. Até agora, apenas veteranos militares – dos EUA, Austrália e Coreia ganharam compensação pelos efeitos colaterais do produto químico cujas propriedades tóxicas, Cabanes disse serem “absolutamente devastadoras”, cerca de 13 vezes a toxicidade de herbicidas de uso civil como como o glifosato.

De acordo com as ONGs, ao longo de uma década, quatro milhões de pessoas no Vietname, Laos e Camboja também foram vítimas do agente laranja.

Fontes: l’Humanité e France 24

Venezuela's Guaido calls for new protests as pressure on Maduro rises

União Europeia ameaça Venezuela com sanções aos seus líderes se esta não conduzir eleições

A União Europeia apelou esta segunda feira que fosse conduzido na Venezuela um amplo diálogo político, e ameaçou os líderes da nação com sanções se estes ameaçarem a democracia ou violarem o direitos humanos.

Os ministros dos negócios estrangeiros da UE disseram num comunicado que a única maneira de a Venezuela sair da atual crise é através de negociações políticas para uma transição do poder para a execução de eleições livres.

Isto vem depois de a União Europeia ter recusado enviar observadores para garantir a legitimidade e a eficaz condução das eleições parlamentares da Venezuela, que ocorreram dia 6 de Dezembro de 2020 e no qual o partido no poder, o PSUV, voltou a ganhar o controlo do parlamento do país.

Fontes: Associated Press, Reuters

Nova ronda de negociações para uma nova constituição na Síria

Delegados do governo, da oposição e da sociedade civil encontram-se esta segunda-feira em Genebra para começar uma nova rodada de negociações para uma constituição na Síria.

A quinta rodada de negociações do “Comité Constitucional” veio dias depois de um pedido do Emissário Especial da ONU para a Síria Geir Pedersen ao Conselho de Segurança para uma melhor organização das negociações.

A guerra civil na Síria, que já vitimou meio milhão de pessoas e gerou 5 milhões de refugiados, pode vir a ser resolvida com estas negociações, se bem que as potências ocidentais acusam o presidente Bashar Al-Assad de tentar adiar a criação de uma nova constituição até às eleições presidenciais que irão ocorrer no país entre 16 de Abril e 16 de Maio.

Fonte: Associated Press

O dia depois

O sol nasceu hoje, como sempre nasceu, sobre Portugal. A natureza continuou o seu dia a dia de sobrevivência, mas nós, os primatas civilizados que habitam e vivem neste retângulo e nos arquipélagos dos Açores e Madeira, e que ainda insistimos em dividir os da nossa espécie em explorados e exploradores, ficámos muito preocupados com o que aconteceu ontem.

Ontem, como todos sabemos, foi o dia das eleições presidenciais, que decidiram o Presidente da República de Portugal para os próximos 5 anos. Surpreendendo quase ninguém, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito para um segundo mandato, não precisando de ir a uma segunda volta. No entanto, as eleições foram um choque para muitos portugueses. Os votos que o candidato da extrema direita, quase 500 mil, tomaram muitos por surpresa, que pensavam impensável que no Portugal de hoje um candidato de extrema-direita conseguisse um tão grande apelo.

Muitas teorias foram e serão criadas para explicar este fenómeno. O sucesso de André Ventura no Alentejo é “explicado” pela transferência de voto dos votantes da CDU para o fascismo, e muitas outras conjecturas estão a ser criadas por analistas do centro, preocupados em manter o Status Quo e explicar o porque de um candidato anti-sistema ter tido tantos votos.

Essas teorias, a mim, servem de pouco. Os factos são simples. Um candidato fascista ficou em terceiro lugar, e ficando em segundo lugar em muitos distritos do interior. Por outro lado, os candidatos da esquerda, e aqui não incluo Ana Gomes por estar a falar de esquerda, e não de centro-esquerda, tiveram resultados fracos, com uma estagnação dos votos do candidato apoiado pelo Partido Comunista Português, João Ferreira, e uma queda trágica da candidata Marisa Matias, apoiada pelo BE. O crescimento do candidato da IL também é algo preocupante, com o crescimento da popularidade do neoliberalismo ser algo a combater.

Perante isto, que fazer?
Os socialistas, comunistas e anti-fascistas de Portugal devem ter três coisas em mente:

-O eleitorado do Chega é composto tanto por elementos mais reacionários do eleitorado português como também muitos dos habitantes e trabalhadores do interior (e até do litoral) desiludidos do sistema e com esperanças que o candidato do Chega traga mudanças à sua qualidade de vida. Portanto, é necessário tanto tentar destruir mitos reacionários que ainda restam no povo português, e mostrar que apenas o socialismo, a democracia económica, podem trazer a prosperidade ao interior, e não a política neoliberal do Chega.

-A contínua e crescente abstenção do povo português, na sua maioria de trabalhadores e operários, demonstra o desinteresse e a desilusão dos trabalhadores perante as propostas dos partidos à esquerda apenas demonstram que a propostas eleitorais do PCP e do BE tem que se virar para um populismo socialista mais moderno, ou então irão enfrentar cada vez piores resultados eleitorais.

-A vida continua. Nas eleições presidenciais só ganha o primeiro lugar, e embora o aumento da popularidade do fascismo seja preocupante, o fim do mundo (ou da democracia) não está à porta. Reforcemos a luta antifascista, reforcemos a luta contra as mentiras fascistas e do Grande Capital, mas não desesperemos. Ainda estamos a tempo de reverter a catástrofe, basta lutar.

V. da Silva

Hoje nas notícias: Relatório da UNESCO revela consequências da pandemia, Tensões em Taiwan, Protestos na Bielorrússia

Five Most Capable Fighter Jets in the Chinese People's Liberation Army

Atualmente, 800 milhões de estudantes ainda sofrem as consequências da Pandemia no ensino, diz a UNESCO

Num momento onde já se passaram dois terços de um ano académico, a UNESCO alertou para as consequências que esta crise sanitária está a ter para mais de metade dos estudantes em todo o Mundo.

É referido que o encerrar de estabelecimentos de ensino está a ter um impacto psicossocial crescente nos alunos e a aumentar o risco de desistência.

A UNESCO considera, por isso, que o encerramento escolar completo “deve ser o último recurso… e a reabertura em segurança uma prioridade”. Pede também a inclusão de professores e educadores nas prioridades do Plano de Vacinação.

Fonte: RTP

Tensões em Taiwan

12 caças do Exército de Libertação do Povo chinês sobrevoaram o espaço aéreo de Taiwan este domingo, pelo segundo dia consecutivo. Entre os aviões estavam bombardeiros com capacidade nuclear e jatos de combate. Com a tomada de posse do presidente dos EUA, Joe Biden, aumentaram os voos de caças no Mar da China Meridional chegando a passar perto de Taiwan, país que a China considera fazer parte do seu território.

A China ainda não comentou, mas noutras ocasiões terá dito que tais ações visam defender a soberania do país e alerta para o “conluio” entre os Estados Unidos e Taiwan.

Os Estados Unidos, como a maioria dos países, não têm laços diplomáticos formais com Taiwan, mas são obrigados por lei a fornecer à ilha meios de defesa.

Fonte: Reuters

Protesters have been gathering regularly since the disputed August 9 presidential vote. (file photo)

Polícia bielorrussa detém 100 pessoas em nova carga de protestos

A polícia bielorrussa deteve hoje cerca de 100 pessoas que se encontravam numa manifestação a pedir a renúncia do Presidente do país do seu cargo.

Em comunicado, a polícia afirmou que os cordões humanos eram compostos por até 30 pessoas e que estes tinham sido formados ao longo de Minsk. As autoridades não apuraram o número exato de detidos.

Os manifestantes empunhavam com fervor bandeiras vermelhas e brancas, símbolos da oposição ao Presidente Alexander Lukashenko, e exclamavam palavras de resistência.

Esta onda de protestos eclodiu em agosto, depois da eleição presidencial que, segundo as autoridades, ofereceu a Lukashenko o seu sexto mandato. A oposição acusa o resultado de ter sido manipulado.

Estes protestos desceram de intensidade com a vinda do inverno. Estas são as primeiras manifestações de 2021 no país.

De acordo com os defensores dos Direitos Humanos, mais de 30.000 pessoas foram detidas desde o início dos protestos e milhares delas foram brutalmente espancadas ou torturadas.

Fonte: RTP

A luta pela verdade na história

Foi após a queda da União Soviética e consequente implementação do capitalismo na Rússia que os media naquele país, incentivados pelos media oligarcas norte americanos, passaram a transmitir filmes russofóbicos e anti-soviéticos, recebendo até prémios internacionais por isso. É formada uma imagem distorcida da realidade, alinhando o dogma neoliberal, por um lado, e o grande orgulho e nostalgia que o povo russo ainda tem daquele período, por outro. Os jovens russos cada vez menos se revêm naquilo que antes foi a União das Repúblicas Socialistas Sovéticas, mas os idosos lembram aquele período com muitas saudades.
A história é escrita pelos vencedores e, estes, por sua vez, usam os pontos que mais interessam para a sua narrativa, fazendo as interpolações que mais lhes convêm. Não há futuro sem passado e, para compreender o passado, é necessário saber interpretar a história para além de uma série de acontecimentos sem ligação ao presente, motivados apenas pelo individualismo de cada agente. Existe uma espécie de princípio das causas atuais, segundo o qual as leis que as superintendem são válidas quando aplicadas aos fenómenos que ocorreram no passado.
Essa incapacidade do sistema vigente explicar o que nos rodeia faz com que todos estes ingredientes contribuam para um caldo de um profundo desconhecimento da correlação de forças que provocam os desacatos do nosso dia a dia. O facto de os media burgueses não saberem explicar o resurgimento do fascismo nos parlamentos burgueses e de individualizarem a culpa para quem dá a cara por esses movimentos faz com que, mais do que nunca, seja até necessário travar uma luta ideológica no campo da investigação científica. É claro que esta luta sempre será muito condicionada e difícil com acusações de “marxismo cultural” sempre que factos contraditórios surgirem, mas urge travá-la.
A perspetiva segundo a qual se ensina e fala sobre a história tem de incluir todos os pontos de vista – do explorador ao explorado e do senhor feudal ao camponês -, de modo a que se estude o passado com profundidade e se tenha o conhecimento para melhor compreender o presente.

Escrito por @zazuzav

Fontes: Pravda